10 de junho de 2014

Violões feitos em Taubaté vão para todo o país

(Escrevi essa matéria ano passado e foi publicada no Diário de Taubaté no dia 27 de setembro de 2013, só hoje lembrei que não tinha postado aqui no blog. É um perfil sobre um luthier muito legal de Taubaté.)

O artesão Lineu Bravo é um luthier que faz sucesso no Brasil com seus instrumentos profissionais feitos sob medida no Vale do Paraíba.

Por Alessandra Maria – Vale Repórter Unitau

Digite a palavra “luthier” no Google, e, depois do link da Wikipedia, Lineu Bravo será o primeiro registro da lista. Um profissional como ele precisa ser facilmente encontrado pelos músicos de todo o país. Lineu já fez instrumentos para várias estrelas da música brasileira, como Chico Buarque, Ana Carolina, Guinga, entre muitos outros. E, sim, ele mora e se dedica à arte de construir violões, cavaquinhos e bandolins na cidade de Taubaté (SP).


A habilidade de Lineu com madeira começou há muito tempo, em Sorocaba (SP), sua cidade natal. Quando era apenas uma criança, ele gostava de perguntar ao pai: “Vai sobrar alguma coisa?” O que o menino queria eram apenas os restos de madeira do trabalho do pai marceneiro. Com os “presentes” que recebia do pai, o jovem Lineu gostava de construir os seus próprios brinquedos feitos de sobra da madeira. Já seu primeiro contato com a música foi por conta da mãe, que vivia a cantar e a ouvir rádio, pois gostava muito de música. Aos 10 anos, Lineu aprendeu sozinho a tocar cavaquinho.

Aos poucos, o jovem foi se distanciando do seu hobby com a madeira. Trabalhou em uma loja de materiais de construção e, mais tarde, chegou a fazer dois anos de faculdade de Direito. Mas as coisas não estavam dando certo. Ele estava ‘quebrado’, sem emprego, sem dinheiro, sem expectativas. Era final dos anos 90, e uma ‘febre’ de pagode dominava o país. Foi quando Lineu decidiu fazer uns cavaquinhos para vender. De começo, não deu muito certo, pois suas criações não venderam rápido. A vida toda ele já havia feito vários instrumentos como hobby, mas construir um violão, isso ele nunca havia experimentado. Apareceu então, um amigo que lhe emprestou um violão de boa qualidade, e Lineu tentou fazer seu primeiro violão na mesma linha desse instrumento. Depois disso, sua vida se desenrolou e a dificuldade encontrada na venda dos cavaquinhos não existiu com a venda dos violões. O destino não conseguiu separar o Bravo luthier da madeira.

Vários desafios se apresentaram. “Eu aprendi a fazer, fazendo”, confessa, de bom humor, Lineu Bravo. Ele nunca leu um livro sequer sobre a arte da luthieria, nunca fez cursos, nunca trabalhou com outro luthier e muito menos tinha entrado em uma fábrica de violão quando começou. Com mãos já habilidosas para mexer com madeira, Lineu tentou entender a função de cada parte do violão e juntando isso com o ouvido apurado, desenvolveu o que tem hoje, a marca de violões Lineu Bravo. “Eu não entendia a lógica da acústica do instrumento. Então, eu peguei um violão e tirei mais ou menos as medidas e tentei entender porque aquelas coisas tinham aquele formato”, relembra o luthier. “O maior desafio foi tentar conseguir a sonoridade que eu queria, utilizando os materiais que eu tinha”.

Ele escolheu Taubaté para se instalar e fabricar violões. Para ele, a cidade do Vale tem qualidade de capital e tranquilidade de interior, num ponto geográfico estratégico, próximo à Rodovia Presidente Dutra que liga São Paulo ao Rio de Janeiro. O sucesso de Lineu está na preocupação com os pequenos detalhes, isso faz com que seus instrumentos sejam de ótima qualidade. “É preferível um violão com bom material feito por um luthier excepcional do que um material excepcional feito por um luthier mais ou menos”, opina o talentoso fabricante de violões, bandolins e cavaquinhos.

O profissional sempre trabalhou sozinho, não tem coragem de deixar ninguém responsável por uma parte sequer na montagem do violão, cada detalhe é importante, e só ele sabe todos os ajustes e processos necessários. Lineu adora ter o feedback dos clientes, pois é com as críticas que consegue aprimorar seu trabalho.

Um cuidado muito importante é manter a madeira longe da umidade. No local onde ele faz a fabricação, possui uma sala especial com um desumidificador de ar, onde fica armazenado o seu material de estoque e onde acontecem alguns processos de colagem e de pintura dos instrumentos. Em seus 12 anos de carreira, o luthier já fabricou cerca de 400 instrumentos, sendo que cada um demora entre dois a três meses para ficar pronto. Esses detalhes fazem com que cada vez mais músicos procurem luthiers, pois na linha de montagem em um fábrica de instrumentos não existem esses cuidados perfeccionistas que os grandes expoentes da música brasileira procuram.



Ao digitar “luthier” no buscador mais famoso da internet e encontrar o site de Lineu, dá para ler, no mesmo link, depoimentos de vários músicos de renome. Chico Buarque, por exemplo, escreveu assim: “O violão do Lineu Bravo é o de minha estimação. Além de bonito toda a vida, é violão compositor”. Já Guinga deixou o registro: “O Lineu é a grande revelação da construção do violão. Ele ascendeu muito rapidamente e estará brevemente entre os melhores do mundo. É um gênio”.

E este trabalho é reconhecido pela cidade de Taubaté. Em agosto, Lineu foi homenageado na Casa do Figureiro, em solenidade da Câmara Municipal de Taubaté, no Dia do Folclore. “No primeiro momento, eu fiquei surpreso pelo convite; no segundo momento, eu fiquei surpreso por ser pelo Dia do Folclore. Então, eu pensei: Será que eles estão confundindo mula-sem-cabeça com mula-sem-cabelo?”, brinca Lineu. “Mas o folclore é cultura popular e eu sou um cara que trabalha em função da música popular”.

A profissão de luthier é clássica, artesanal e exótica. Mesmo assim, Lineu não deixou de usar a tecnologia a favor de seu trabalho. Por não gostar muito de mexer na internet, contratou um profissional para fazer sua página no Facebook, além de um site, vídeos no Youtube e um blog. “As redes sociais potencializam o grande talento do luthier”, afirma Kelly Nagaoka, dona da empresa Nagaoka Mídias Sociais, que presta serviço de assessoria digital a Lineu Bravo. Kelly admite que, para esse tipo de trabalho, é preciso ter bastante cuidado quanto ao conteúdo postado. “O cuidado é na pesquisa do conteúdo que não é comum em nosso dia a dia, isso exige um maior estudo de quem escreve para as redes sociais de Lineu”, afirma a empresária.


Lineu leva hoje uma vida tranquila, está em “um relacionamento sério”, trabalha em horário comercial, pratica atividades físicas, fabrica violão – mas não toca – e quem quiser encomendar um Lineu Bravo terá que esperar mais ou menos um ano para receber seu instrumento exclusivo e feito sob medida. Uma vida normal para quem tem uma profissão tão exótica.

Para o futuro, Lineu deseja continuar trabalhando e se aperfeiçoando na arte da luthieria. Agora, se alguém quiser saber quanto custa um violão Lineu Bravo, vai ter que começar procurando o luthier no Google.´





Como eu havia dito no início, a matéria foi capa do jornal Diário de Taubaté no dia 27 de setembro de 2013 e ganhou uma página inteira.

9 de junho de 2014

De bem com a vida e com meus óculos

Lá em 1270, quando foram inventados os primeiros óculos de grau, era uma maravilha. Uma novidade que "consertava" a sua visão, coisa de nobreza, burguesia, todos queriam usar.


Anos de passaram, ignorância e padrões de beleza reinaram sobre a terra. O óculos passou por uma fase de rejeição da maioria. Ninguém mais queria usar óculos. Era coisa de nerd, careta, velho, cego, feio. Óculos era sinônimo de feiura.

Hoje, obviamente, e graças a Deus, as coisas mudaram. Porém, ainda existem uns ignorantes por aí. Vejo pessoas tentando ler coisas com os olhinhos bem fechados e de longe, e pergunto: "Não consegue enxergar? Por que não usa óculos?". As respostas são sempre do tipo "estou fugindo do óculos", "não gosto de óculos", ou até mesmo "fico feia de óculos".

Gente, acordem!!! Usar óculos é tudo de bom! Eu, pelo menos, AMO! É tão gostoso você ter algo que te faz bem, que te faz enxergar melhor, óculos é saúde! É como ver tudo em HD! rsrs Mais, falando sério, é preciso ter o óculos como um melhor amigo. Hoje, existem diversos modelos incríveis e maravilhosos de todos os tamanhos, todas as cores para todos os gostos. Óculos se tornou um acessório. Não é preciso temer o óculos, ele é seu amigo e só quer te ajudar.

Eu não me vejo hoje mais sem óculos. Amo, são minha vida, esqueço meu celular mais não esqueço meu óculos. Tenho grau até no meu Rayban. A questão é que eu gosto de poder enxergar bem. E, acho estiloso, moderno, me sinto bonita de óculos, eles ajudam inclusive a esconder as olheiras. Não é preciso ter medo, sem ignorância por favor! E essa foto sou eu com meu lindo óculos! I S2 Glasses! 8)