26 de junho de 2013

Resenha do livro "Palavra por palavra", de Anne Lamott

Cara Anne Lamott,

Eu estou escrevendo porque li seu livro, e nele você diz que gosta de ouvir o que as pessoas têm a falar sobre ele. Então aqui estou eu. Não estou preocupada se você irá ler isto ou não e muito menos se será algo importante, mas agora está na internet livre para todos que quiserem ler.
Por onde começar? A sim, pela infância, como você ensinou.
Desde criança sempre amei escrever, era algo que fazia com facilidade. Enquanto meu irmão ficava horas pra tentar fazer uma redação de tarefa na escola, eu já estava na quinta linha depois de 2 minutos. Já ganhei 2 prêmios de literatura na minha cidade quando tinha 9 ou 10 anos. Mas apenas com uns 13 ou 14 anos que comecei a pegar gosto por leitura. Hoje sou fanática por livros, gosto de ler e colecionar livros, tenho vários e quero sempre aumentar minha coleção. Já havia pensado em escrever um livro sim, mas aqui no Brasil esse negócio de publicação é complicado, não sei nem se existe o emprego de agente literário. Aqui no Brasil são poucas as pessoas que tem prazer na leitura e leem muitos livros. Então na verdade eu gostaria de escrever um livro apenas por escrever. Pra falar que eu tenho um livro meu com meus registros, que eu consegui, que eu sou capaz, e para caso se um dia alguém quiser ler. Para ter gravado minhas memórias e meus sentimentos, pra não dizer que vim ao mundo e não deixei nada para que lembrassem de mim. Adorei seu livro, achei incrível saber tudo que um escritor passa para fazer um livro, que precisa escrever, reescrever e reescrever de novo, que não é fácil como muitos pensam. Lendo o livro realmente me senti sentada nas suas aulas ouvindo você ensinar, mesmo sem te conhecer. Ótimas dicas, ótimas histórias, você realmente é uma escritora incrível. Indico que todos os que gostam de escrever leiam este livro palavra por palavra.

Atenciosamente,
Alessandra Maria

25 de junho de 2013

Sobre trabalhar em uma ONG

Trabalho em uma ONG que cuida de pacientes com câncer, mais meu papel aqui nada tem a ver com saúde. Trabalho como Analista de Mídias Sociais no setor de divulgação, sim, uma Ong grande como a nossa tem este setor, já que precisamos propagar nossa marca e nosso trabalho para que mais pessoas nos ajudem a ajudar os outros. E não, eu não sou voluntária, uma Ong também funciona como uma empresa e ela precisa de funcionários que se dediquem e trabalhem 8 horas por dia. Aqui temos alguns que fazem serviço de voluntario, mais estes não podem dedicar mais que uma hora do seu dia, já que possuem outras ocupações.
Quando me perguntam onde trabalho, as pessoas sempre me questionam sobre a credibilidade, a confiança, e a verossimilidade desta Ong. Não as culpo por pensar isso vendo que muitas Ongs são fraldes e funcionam apenas de fachada. Sempre respondo a mesma coisa. Eu não trabalho no departamento financeiro, nem no administrativo e nem afins. Mas, o bom de se trabalhar com mídias sociais é o feedback instantâneo. Eu vejo todos os dias diversos e-mails, comentários, depoimentos, mensagens e compartilhamentos de pessoas contando suas histórias. Histórias muitas vezes tristes, que se tornam alegres graças as ajuda da Ong. Faz meses que trabalho aqui e nunca vi nenhuma frase de um paciente mal atendido ou insatisfeito. Todos estão sempre gratos a nós pela ajuda na vida deles, que eles não saberiam o que seriam deles sem a Ong. Então uma coisa é certa, muitas pessoas sobrevivem graças a tudo isso aqui. Se você quer saber se uma Ong é confiável antes de ajudar, é simples: entre no facebook dela e veja o que os pacientes falam. É público, todos podem ver. Pessoas que não possuem planos médicos, só conseguem aqueles remédios caríssimos graças a Ong. Aqui nós fazemos o que o governo deveria fazer e não faz: cuidar do seu povo doente e disponibilizar qualidade de vida a população.

Para encerrar, coloco aqui algumas palavras que uma paciente da Ong mandou pelo inbox do facebook:

"Parabéns pelo maravilhoso trabalho que vocês fazem ajudando as pessoas com essa doença , pelo acolhimento que eles recebem quando chegam e carinho e atenção de vocês. Que Deus continue ajudando vcs !!"
E. G. S.

14 de junho de 2013

Correria

Vai e vem, vem e vai, vira pra lá, vira pra cá, desvia do poste, ultrapassa a senhora lenta, cuidado. Olhe pra um lado, olhe pro outro, sinal verde mais não tem carro, corre, corre. Pare, a senhora de cabelos vermelhos te fez parar.

Ela ‘deu seta’ para virar e você não viu, quase bateu de frente com ela, ai você para. Percebe que o rosto dela está borrado com um pó laranja, talvez seja resíduos do salgadinho chips barato que ela comprou por quilo numa mercearia qualquer, deve ter custado 50 centavos e sujou toda a boca, mãos e roupa com esse pó laranja que talvez seja fedorento e você da graças a Deus por não ter sentido o cheiro ruim do pó. Talvez ela ainda esteja com fome.

Ela está usando um casaco beje que deve ter comprado em um brechó do bairro, o casaco também está sujo. Então ela da meia volta, te deixando confuso do destino dela e do seu caminho. Ela para em frente a uma loja de artigos de cama, mesa e banho para a casa.

Onde será que esta mulher suja, de cabelos vermelhos, casaco beje e sapato que você nem sequer reparou mora? Então, o que isso vai mudar na sua vida, talvez nada, ou talvez a próxima vez que comer salgadinho chips barato comprado numa mercearia qualquer você não se esqueça de limpar os resíduos caídos no rosto e na roupa.

Enfim você encontra seu caminho e segue em frente, desviando de pequenas histórias que você ignora simplesmente por hábito ou pressa.





6 de junho de 2013

Resenha do livro “A arte de entrevistar bem” de Thais Oyama

Por Alessandra Maria

Neste livro, Thais Oyama mostra aos estudantes e interessados em jornalismo como funciona a entrevista. A pré-entrevista, agendamento, explica o modo de se vestir do repórter, o modo de chamar o entrevistado, onde fazer a entrevista, como, quando, qual, o que é melhor, o que é pior, o que fazer para não dar nada errado na entrevista, como entrevistar pessoas difíceis, como editar e escrever a entrevista e por fim explica como fazer para transformar a entrevista em um desastre. Para isso ela usou de seus anos de experiência e entrevistas com colegas da área.

Antes, a autora explica como é a relação do repórter e assessores de imprensa, no caso de entrevistados importantes. A principal ‘ordem’ que ela dá para os leitores é para pesquisar tudo sobre o entrevistado, sabendo sobre o que você esta falando, não saem perguntas idiotas e há mais chances de se ter uma boa entrevista. Ela indica que os encontros devem ser sempre pessoalmente. E-mail e telefone são para serem usados eventualmente, apenas quando não há outro jeito ou para checar alguma informação esquecida depois da entrevista. Jornalistas tem que saber o Dress Code, ter senso para vestir-se corretamente dependendo do local e do entrevistado. Chamar a pessoa sempre de Sr. ou, se for uma cargo importante, o nome correto do cargo, chame pelo nome apenas se o entrevistado permitir. Gravadores e blocos de anotações, anote os tópicos e falas importantes e cheque sempre se o aparelho está funcionando, não esquecendo de perguntar ao entrevistado se ele se importa com o fato da gravação. Inclusive, Thais destaca muitas dicas para quebrar o gelo, por exemplo, comece a conversa com um assunto comum que a pessoa goste e depois vá para a entrevista, deixando as perguntas mais difíceis por ultimo.

Durante, a jornalista mostra coisas que geralmente podem acontecer durante a entrevista e dá dicas de como fazer certo. O repórter tem que ser humilde e não pode mostrar ao entrevistado que sabe mais, é preciso saber ouvir, escutar com atenção, não mostrar desinteresse e sempre perguntar quando não souber algum algo que ele estiver falando. Para grandes revelações, Thais usa o termo “poker face”, que significa cara de paisagem, e é essa cara que nós jornalistas temos que fazer quando o entrevistado solta uma “bomba”.

Depois, Oyama fala como driblar os pedidos impossíveis dos entrevistados, é preciso grande jogo de cintura do repórter. Além disso, dicas de edição da matéria. Ela fala as diferenças para entrevistas em rádio e TV do impresso. Na rádio e TV o entrevistado precisa falar bem sempre, explica como lidar com cada tipo de pessoa difícil de ser entrevistada. Ainda mostra experiência de vários outros repórteres comentando o estilo deles, cada repórter precisa ter seu estilo, para cada vale um jeito e uma regra diferente, ninguém é igual. E por fim ela fala como transformar a entrevista em um desastre comentando casos que aconteceram.

O livro é muito bom, indico a leitura, obrigatória para jovens jornalistas. Thaís Oyama encanta com sua inteligência, bom humor e ótima escrita neste livro. Guardei para mim muitas dicas dela.

4 de junho de 2013

Nostalgia

Hoje vi a notícia que saiu na Uol, o Banco Central do Brasil irá lançar agora no 2º semestre deste ano as novas notas do real de 2 e 5 reais. Lembrei então que a primeira postagem que fiz no blog foi sobre isso, quando o BC lançou as notas de 100 e 50, eu estava um pouco revoltada pois achei ridículo cada nota ter um tamanho diferente. Mais e agora, quem é que não prefere a notinha novinha na carteira hein? rs Fiz o blog no início de 2012, então já vai fazer quase 1 ano e meio. Uma vez eu li em um livro, que as palavras foram feitas para serem soltas, por isso escrevo aqui, não importa quantas pessoas vão ler, o que importa é que eu deixei meu texto livre para quem precisar, escrevi por simples prazer, assim as minhas palavras vão para o mundo através da internet ao invés de ficarem presas em um arquivo de word qualquer em uma pasta do meu computador. <3


3 de junho de 2013

Disquetes

Alguém lembra disso? haha Parece piada agora, algo totalmente antigo e velho, mais não é tanto assim. Eu peguei o fim da fase dos disquetes, então já dava pra colocar uns 5 arquivos (de word) de apenas um. Momento nostálgico, eu estava indo dormir ontem e de repente me veio estas relíquias em minha mente.
Lembro que lá pela minha 6ª série do ensino fundamental, todos tínhamos que levar disquetes para as aulas de informática. Quem tinha disquetes coloridos era o mais legal da turma. Uma vez meu pai chegou em casa trazendo pra mim uma caixa com uns oito, coloridos. Verde, azul, vermelho. Foi incrível, ele disse que era pro trabalho mais eu poderia usar 2, e poderia levar a caixa com todos pra escola. Criançada morram de inveja da menina da caixinha de disquetes coloridos. E as etiquetas então? Não preciso nem comentar. Como os disquetes tinham pouco espaço, era preciso uma pessoa ter vários deles, então colávamos aquelas etiquetas autoadesivas de caderno.
Disquetes também são coisinhas muito sensíveis, qualquer coisa e eles já quebram, o sonho de uma criança era despedaçar um deles. É, eu fiz isso junto com meu irmão uma vez com um bem velhinho.
Já salvei muitos trabalhos de escola nestas coisinhas, e quando vejo um só consigo lembrar da sala de informática daquela escola que eu odiava e cara de louca da minha professora.